Nunca sempre nem nunca, nem nada, nem tudo. O fim do mundo é
perder o brilho do olhar. Olhar. Olha uma coisa. Olhe pra mim agora, nem toda
hora é hora. A superfície áspera das suas mãos me fez pensar, o cheiro intenso
da sua nuca me fez penar. Nunca sempre nem nunca, nem nada, nem tudo. O absurdo
pode se encontrar em qualquer lugar. Nada especifico. O padrão foge a lógica da
espécie. Do que estou falando, afinal? De quem estou falando? Estou falando de
você, que é luz. Ou melhor, que eu acho que seja luz, que é luz porque penso e
quero que seja. Egoísmo, sim. Um cigarro entre os dedos queimando, desmoronando
entre cinzas que vão para nunca mais. Foi um furto de atenção, e a tensão se
desfez em assuntos aleatórios. Não somos mais quem éramos há 10 segundos, nem há
3 minutos e 54 segundos. Nunca sempre nem nunca, nem nada e o tudo segue a
mesma linha torta.
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