domingo, 10 de junho de 2012

Um presente, Odette.


Odette, eu não sei se quero reviver o passado, pensando bem, tenho certeza que não. Meus últimos dias foram tumultuados, atordoados e atordoantes. Ai Odette, você deveria estar aqui pra ver tudo o que eu vi, mas não me lembro. Querida você tinha toda razão em relação ao meu rancor. Puta que pariu. Odette, você tinha toda razão. “Com você fui como um carro na contra mão, ignorando a opção que tinha tudo pra dar errado, e deu.” Pulsando. Um cheiro, Odette, um cheiro que não da pra descrever; um gosto bom. Risos. Eu queria rir assim: Risos. Eu não tenho mais de vinte anos, mas gostaria de cantar Elis. Todo sentido fazendo. Chorei desenfreadamente, mas não foi por você. Eu errei fazer o que? Mais autocrítica, e menos auto carícia. Baila comigo, cacete. Vamos dançar com a novidade. 40° graus. Zero degraus. Dedilhar teu corpo irei. Amado violão. Tocando, tocando, tocando um blues. Eu tenho quase 20 anos. Vivendo, ai Odette, eu tenho vivido. Cada segundo é um flash. Um arrepio literalmente febril, eu adoeci. Espirra, espirra, espirra. Suspira. Dualidade, palavra que não pode faltar. Mas por alguns instantes eu senti, Odette. EU SENTI. Paz. Meus diários estão trancados outra vez. Não adianta cantar um conto que não toca mais. Um cheiro, um gosto (pausa para mais um espirro). Frenesi. Odette, tome um chá enquanto eu tomo um xarope. Não deixe nunca de me acompanhar.

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