Da próxima vez, Fred.

Três meses, Fred, eu nunca consigo te escrever na data certa, três meses e dois dias, pra ser mais exata. Eu não estou contando, contudo, não consigo me esquecer, sabe... Eu não consigo apagar a sua existência, não quero, não, não, eu não quero te esquecer. Eu estou tão triste hoje, Fred, triste como não ficava há tempos, desde aqueles tempos eu não ficava tão triste assim. É como uma sequência de falhas, quando algo dá errado, todo o resto começa a desandar junto e eu vou desabando, e me desfazendo. É chato escrever sobre isso, cara. É sério, eu gostaria de lhe escrever algo melhor. Não tenho conseguido atingir meus objetivos, minhas expectativas enquanto escrevo, tudo sai bem menor do que eu esperava, pouco me agrada. Ai Fred, deve ser essa tendência que o mundo tem de não ser do meu jeito, como eu quero. Eu tenho me irritado, Fred, com lágrimas nos olhos com muita frequência, essa época do mês me deixa frágil. Tem sido assim todo mês, eu prometo, vou me esforçar mais da próxima vez.