sábado, 7 de setembro de 2013

A menina do ônibus voador

Usando o coador de café para
filtrar o sentimento introspectivo. 
Analisando toda a situação, 
do alto de um abismo. 

Ela estava sentada 
do lado de lá, 
a duas fileiras de mim, 
nada demais. 

Eu estava perdida assim, 
dentro de um labirinto sem fim. 
Mas ninguém salvou ninguém. 

Com uma aquarela 
sem cor, colori uma canção. 
Acabou a ponta do lápis, apontei 
com um cego apontador e 
desenhei um coração - torto. 

Minha saída de mestre 
desandou, e eu fui cambaleando. 
Ela nunca está nos mesmos lugares que eu. 

Sem batom nos lábios e 
com diversos traços nos braços, 
subindo os ombros, conquistando 
seus mundos com tinta preta, 
vermelha, azul, amarela, verde, todas 
(ou bem menos que isso). 

Um disco com sua cara, 
que não decorei. Uma vida 
sem sua presença. É, eu sei. 

A menina dentro do ônibus 
entrou em mim violentamente 
através dos meus olhos. 

Eu preciso aprender 
a pontuar, é tanta regra 
que eu não sei. 

I'm looking at you 
through the glass e
você nem percebeu.  

Não foi ela 
o amor da minha 
vida, outra vez.

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