Ninguém nunca vai sentir o que eu sinto a seu respeito. Pode
crer. Eu me ajeito de qualquer jeito, um novo dia nascerá. A de haver um tempo
para nós e os nossos traços, passos, laços desfeitos em correrias tumultuadas. Eu
atravesso madrugadas pensando em ti, mas quem se importa? Haverá um dia em que
nenhuma porta, grade, janela, cadeado, corrente, coitado, culpado, irá nos
interditar. Fechado para balanço. Eu choro enquanto danço. Eu grito, eu berro,
mas antes me enterro embaixo de sete palmos de terra, para ninguém escutar.
Você não vai pensar em mim, eu sei. Não tanto quanto eu penso em você sem que
saibas também, meu bem. Mentira, meu mal. Normal, banal, estranho seria se
fosse carnaval e você me ligasse, implorasse, berrasse e gritasse, e eu
dissesse não. Perdão, às vezes meu coração sai pra passear. Não quero mais, e
isso é real, não quero mais brincar de paciência, a cada partida parece que
perco cada vez mais minha decência. Faz parte do meu instinto de sobrevivência
negar até a morte tal questão. E você? E você o que vai fazer quando se der
conta do inevitável, e perceber que se encontra instável tendo em mãos toda
estabilidade que o mundo pode lhe ofertar? Não vou praguejar, não, não vou, meu
bem. Eu sei tão bem sobre você, que quando me olho no espelho até da pra ver o
teu reflexo no meu olhar.
"E você? E você o que vai fazer quando se der conta do inevitável, e perceber que se encontra instável tendo em mãos toda estabilidade que o mundo pode lhe ofertar? Não vou praguejar, não, não vou, meu bem."
ResponderExcluirTalvez eu chore talvez eu me mate talvez eu não seja mais tão sentimental como agora.
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