sexta-feira, 6 de abril de 2012

A verdade sobre o recomeço


Eu não quero dizer nada, mesmo que talvez eu precise, eu não quero, eu não quero. Eu cansei, eu cansei, eu não sei. Eu queria chorar, mas não consigo, eu não consigo. Eu queria te esquecer, mas esse tentar agora parece tempo perdido. Então eu sei, sabe? Eu sei que vai morrer. Eu sei que um dia eu vou acordar e você não vai mais significar nada, nada do que foi um dia – tudo, no caso. Enfim. E ai? Acaba ai? É o fim? Eu não entendo, eu gostaria de entender, o que você anda fazendo. Eu estou vendo, estou acompanhando, mesmo não sabendo, não sabendo da real pretensão. É que eu demorei tanto tempo pra acreditar de verdade nisso tudo, que droga, nossa, é uma droga isso. É uma puta de uma droga infernal estar dentro de mim quando acontece isso. Superar é uma coisa cansativa, eu já não aguento mais recomeçar e recomeçar e tentar mais uma vez. Quem sabe se eu mudar aquele móvel de lugar, ou me tele transportar, arrumar a cama, dormir na sala de estar, me desconectar, trocar o meu café por chá, ir à praia passear, sentar na areia e olhar o mar, largar de beber, deixar de fumar, aprender a navegar, deixar o som me levar, dormir sem pretensão de sonhar, sorrir sem chorar, aplaudir o palhaço, tornar-me dura, feito aço por dentro, por fora, de fora pra dentro, de dentro pra dentro. Se eu parar de querer você toda hora sem querer, e só flutuar, uma frase de autoajuda tatuar na frente da alma. Quem sabe se eu for com calma, e tentar ser mais doce, sem drama, sem foice. Sem te atingir, sem me redimir, sem te implorar. Mas eu não quero dizer nada, nem supor, nem imaginar. Mesmo sabendo que não estou onde eu deveria estar. Acredito que qualquer lugar parece ser melhor do que aquele que eu já sei de cor. Solidão tenha compaixão de mim. Coração, eu não acredito que você seja tão ruim. Cansei de acreditar que o problema todo sou eu. O recomeço no começo é totalmente teatral.

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