E se na parte mais feliz a gente
larga, a felicidade meio que perde o sentido, ou melhor, a gente é quem perde
totalmente o sentido. Fico pensando qual o real sentido das coisas, porque a
gente faz assim, por que não faz assado? Eu gosto de dormir até mais tarde no
sábado, mas sempre acordo cedo no domingo, e sempre sem fome. Eu tenho fome à
semana inteira, fome de tudo, mas no domingo o desanimo reina, logo no domingo
em que a comida é melhor. É muito sem noção, né. Não sei se o mundo que é
confuso, ou sou em que nasci ao contrário, bem desfocada. Acho complicado me
manter atenta, presa a algo. Muito não me completa, pouco nem sempre me basta.
Eu sou meio que totalmente de lua. Tem dias que gosto de banho de chuva, já em
outros e chamo o sol. Então tá, voltando à felicidade. Eu gosto de dar voltas e
voltas até perder o total sentido das coisas, mas isso faz muito sentido.
Explica muita coisa. Meu jeito é muito autoexplicativo, simples de entender.
Não analise, apenas perceba que entre morango e chocolate eu prefiro maracujá. Eu
ando tão diarista, escrevendo com frequência, isso é meio trágico, dependendo
do ponto de vista. Tentando retomar a felicidade outra vez, literalmente, no
texto e na vida. Então, eu não consigo entender como dá pra fazer isso, largar
tudo e sair correndo por aí na parte mais feliz. Pra mim não dá pra largar, não
na parte mais feliz. Na parte mais feliz a gente fica, mas não fica por ficar,
assim ausente, tomando brisa na cara. Na parte mais feliz a gente tem que ficar
atento a tudo, cada detalhe, anotar, fotografar, filmar, nem que seja só com a
cabeça. Pra aí, depois quando vier à parte triste, porque certamente ela virá.
Aí então à gente poder reprisar. “No
cine-pensamento eu também tento reconstituir as coisas que um dia você disse...”,
entendeu? Uma hora a gente vai ter que lembrar, e que seja das melhores
palavras e dos melhores momentos. Na parte feliz, a gente tem mais é que largar
tudo o que te faz querer ir, e ficar, na integra.
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