Ai Odette, eu só te chamo quando necessito, e isso não é
verdade. Na verdade só em partes. Hoje andei, andei, andei até perceber o obvio.
Era desnecessário, mas eu quis vivenciar, na verdade. Na verdade, eu queria que
tivesse sido diferente. Mas parece que nunca é. Acabei me dando conta que minha
percepção é algo que falha sim, mas que funciona muito muitas vezes. Isso me
deixou chateada. Tudo culpa dessa minha mania chata de esperar das pessoas algo
que raramente vem. Ai Odette, eu estou com vontade de chorar, sabe? Às vezes eu
queria ser diferente. Tudo culpa desse maldito lance de opção que não rola no
meu caso. Sou porque sou não porque quero, não porque eu quis. Eu queria ser
outra coisa muitas vezes, parece que tudo seria mais fácil se fosse diferente. Mas
não é diferente, sabe? Eu queria poder falar com você em privado, conversar
claramente sobre esse assunto, mas não posso. É eu não posso. Parece um sinal
de fraqueza te chamar assim, toda vez, despejar meus penares e desesperos que
não são poucos. Mas eu gostaria que fossem. Eu queria ser mais forte, Odette.
Parece que você me ensinou muito sobre tudo, mas não me ensinou tudo. Falta
algo, Odette. E esse algo é muito. Eu não gostaria que aquilo que aconteceu a
pouco tivesse acontecido. Agora estou passando mal. Odette, nessas horas é que
vejo o quão fraca sou, o tanto que sou insegura e inquieta. Parece que só falta
isso. Isso é tudo o que me falta, isso é tudo o que não tenho segurança. Esse é
mais um daqueles textos que eu não deveria nunca postar, pois me expõem me limita
me mostra ser quem sou franca e insegura. Eu gostaria tanto de ser outra coisa.
Lembra Odette, daquela época em que eu me repudiava aos montes? Então, muita
coisa mudou, mas eu ainda odeio certos pontos da minha personalidade. Eu tento
tanto enfatizar que me amo, que me aceito. Quando na verdade, eu sou na verdade
uma farsa. Ninguém consegue interpretar meus sinais.
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