Quanto tempo, Odette. Resolvi te
escrever por escrever, mais uma vez. É que faz tempo que não escrevo nada sobre
nada. A ultima coisa que escrevi foi para o Fred, andei uns tempos escrevendo
sem parar pra ele, o coitado deve estar se revirando no mármore do inferno,
afinal segundo sei lá quem, os animais não vão para o céu, se não me engano. Por
mim sinceramente, poderíamos ir todos para a puta que pariu, segundo Matheus,
Lucas, Paulo... Esses babacas do evangelho. Não sou ateia, Odette, você sabe
disso. Mas não creio nesse Deus hipócrita e babaca que pregam por ai. Enfim não
era nada disso o que eu ia te dizer, caramba. Estou há tanto tempo sem
escrever, que nem lembro mais como se faz. Vou ter que reaprender então, em no mínimo
não sei quantos caracteres cabem aqui. Imagine só, Odette, se eu lhe escrevo
uma carta com o numero máximo de caracteres possíveis de se utilizar aqui? Você
ia me mandar para a casa do caralho, certamente. Ai, ai Odette, você nunca foi
uma mocinha comportada, na verdade, você sempre foi uma baita de uma assanhada,
Odette periguete. Pode me xingar, eu deixo. No fundo eu te amo um tanto que não
termina. Na minha imaginação, você pode ser o que quiser Odette, de puta à
santa. Livro sagrado algum me impera.
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