Às vezes eu me sinto perdida, Iully. Poucas vezes eu me
sinto encontrada, na verdade. Não
saber o que estou fazendo “aqui”, é sempre um grande questionamento. A gente
vai crescendo, e vai vendo que vivemos sempre por um fio de alta tensão. Eu
queria fazer tanta coisa com o tempo que eu não tenho, e ir a lugares de onde
nunca venho – estar por dentro. Não tenho um plano, eu vou fazendo, vou indo na
marra, destruindo as muralhas que criei. Iully, você sempre me dizia uma pá de
coisas, e apesar de eu nunca ter seguido a risca as suas coordenadas, era
bom saber da existência de outra direção. Você dizia (e a gente ria) que
gostava do modo como eu lidava com as coisas que eu tinha; o pouco caso que eu
fazia com o melhor que havia em questão – tratando as coisas como pessoas. E as
pessoas... não sei não! –A gente tinha
uma forte ligação. É estranho te escrever agora, Iully, e ao mesmo tempo muitas
vezes necessário. Sem lágrimas nos olhos e cinco dedos em cada mão, tudo vai
bem, e eu cresci. “Quem eu era eu não sou mais, e eu não tenho nada pra lembrar”,
um pouco de Legião, porque você odeia, mesmo que eu não concorde com essa
canção. Eu nem acredito que te deixei passar, te deixei ir, te perdi.
Realmente, eu não sei medir o peso daquilo que tenho de melhor. Não irei me
esquecer, Iully, você continuará sendo a minha coisa favorita. Eu vou lembrar.
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