Eu achei a coisa mais fofa do século, ela dizendo que tem
lido meu blog, e que o seu texto preferido era o seu Iully, de nome verdadeiro.
Ela disse que andava meio emo, e eu ri. Imagina só, Iully, se ela soubesse que
o seu apelido era “Anjo Nix”, onde já se viu coisa mais brega? Ela certamente
morreria de rir, ao invés de chorar, talvez isso a fizesse gostar ainda mais de você. Aiai, Iully,
seu apelido, sem sombra de dúvidas, não era a melhor coisa que existia em você,
hahaha. Ainda assim, na época, eu achava incrível e misterioso. Sei lá, coisa
da idade. É estranho não saber quem é você agora, se virou crente, se continua
um projeto de gótica, se namora, tem filhos, se morreu ou ainda vive. Pensar
nessas coisas, me deixa triste, Iully. Não ser nada em sua vida. Você é só mais
uma das bilhões de pessoas das quais eu não faço parte, mas uma coisa te
diferencia de todas elas, eu gostaria de fazer parte da sua vida, de você.
Ontem parei para reler todo aquele texto nostálgico, reacendi a chama da
saudade e acabei dormindo mal. Poucas coisas me fazem perder o sono, acho que
você não gostaria nada do que eu me tornei. Naquela época eu odiava a vida,
lembra? Você também, eu lembro bem. Nós tínhamos os nossos motivos. Você era
minha maior confidente, sabia coisas de mim, que nem eu mais lembro. Parece que
aos poucos, tenho lembrado mais e mais detalhes ao seu respeito. Lembro que eu queria te salvar, lembro que
chorei noites a fio, lembro que eu nunca mais fui a mesma pessoa. Eu nunca fui
uma mesma pessoa, variando, variando. Você me fez ter um choque de realidade,
me socando a realidade goela abaixo. Que pesada essa lembrança, Iully, ela me
fez lembrar de coisas que eu luto insanamente para esquecer. “O inferno que é
me habitar”, isso me fez rir outra vez. Meu humor é irônico agora, sarcástico,
sinto que estou dentro de uma grande furada. Uma balsa, me afogando, eu sei
nadar, mas quem se importa? É engraçado, porra. Toda a hipocrisia, tanta. Eu era
extremista, gostava da intensidade, gostava de verdade daquela merda. Acho que
não, acho que essa é só uma memória inventada. Afinal, eu era só uma pessoa
perdida, mas hoje em dia sou apenas desencontrada. Iully, eu gostaria de te
reencontrar, te oferecer um café, ou um chá. E te ouvir dizer todas as misérias
que eu preciso escutar, mas que ninguém por aqui diz. Mesmo que eu não te
encontre, não se perca de mim outra vez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário