terça-feira, 9 de abril de 2013

Vê se pode, Iully

Eu achei a coisa mais fofa do século, ela dizendo que tem lido meu blog, e que o seu texto preferido era o seu Iully, de nome verdadeiro. Ela disse que andava meio emo, e eu ri. Imagina só, Iully, se ela soubesse que o seu apelido era “Anjo Nix”, onde já se viu coisa mais brega? Ela certamente morreria de rir, ao invés de chorar, talvez isso a fizesse gostar ainda mais de você. Aiai, Iully, seu apelido, sem sombra de dúvidas, não era a melhor coisa que existia em você, hahaha. Ainda assim, na época, eu achava incrível e misterioso. Sei lá, coisa da idade. É estranho não saber quem é você agora, se virou crente, se continua um projeto de gótica, se namora, tem filhos, se morreu ou ainda vive. Pensar nessas coisas, me deixa triste, Iully. Não ser nada em sua vida. Você é só mais uma das bilhões de pessoas das quais eu não faço parte, mas uma coisa te diferencia de todas elas, eu gostaria de fazer parte da sua vida, de você. Ontem parei para reler todo aquele texto nostálgico, reacendi a chama da saudade e acabei dormindo mal. Poucas coisas me fazem perder o sono, acho que você não gostaria nada do que eu me tornei. Naquela época eu odiava a vida, lembra? Você também, eu lembro bem. Nós tínhamos os nossos motivos. Você era minha maior confidente, sabia coisas de mim, que nem eu mais lembro. Parece que aos poucos, tenho lembrado mais e mais detalhes ao seu respeito.  Lembro que eu queria te salvar, lembro que chorei noites a fio, lembro que eu nunca mais fui a mesma pessoa. Eu nunca fui uma mesma pessoa, variando, variando. Você me fez ter um choque de realidade, me socando a realidade goela abaixo. Que pesada essa lembrança, Iully, ela me fez lembrar de coisas que eu luto insanamente para esquecer. “O inferno que é me habitar”, isso me fez rir outra vez. Meu humor é irônico agora, sarcástico, sinto que estou dentro de uma grande furada. Uma balsa, me afogando, eu sei nadar, mas quem se importa? É engraçado, porra. Toda a hipocrisia, tanta. Eu era extremista, gostava da intensidade, gostava de verdade daquela merda. Acho que não, acho que essa é só uma memória inventada. Afinal, eu era só uma pessoa perdida, mas hoje em dia sou apenas desencontrada. Iully, eu gostaria de te reencontrar, te oferecer um café, ou um chá. E te ouvir dizer todas as misérias que eu preciso escutar, mas que ninguém por aqui diz. Mesmo que eu não te encontre, não se perca de mim outra vez.

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