Um cigarro aceso dentro do quarto, a fumaça se espalhando com
o vento, impregnando o ar, manchando os pulmões. E não há mais nada. Não sobrou
mais nada para o mundo, com o meu cigarro favorito em outra mão. Olhos, nariz,
orelhas, boca e dentes. Um singular, seguido de um plural. Sempre! Os sons, o silêncio, os ossos, o tempo. Tudo e nada, fazendo pulsar o meu coração imaculado, em fúria.
Inspiração, seguida de expressão. Orações curtas, mesmo sem serem minhas. Provavelmente
decoradas. Recitadas, poesia sonora. O relógio disparou banhado em luxuria. A vaidade
gritou tão alto, ensurdecedora. É difícil entender a ordem das coisas. Um olá,
um olhar, dois, três. Dentes, dentes, dentes. Sorrindo. Gargalhadas se afogando
em imoralidade. Sujo, intenso, perverso como um câncer. O fogo queimando a
nicotina. Et Verbum caro factum est. Et habivávit in nobis.
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